BMW Portugal promove e-Talk: “Mobilidade do Futuro”

No passado dia 15 de outubro, a BMW Portugal promoveu um debate, com o contributo de diferentes entidades, com o mote “Mobilidade do Futuro”, com objetivo de analisar o que está e o que pode ainda vir a ser feito nesta área. A sessão contou com a participação de Massimo Senatore, Diretor Geral da BMW Portugal, Pedro Silva, CTO da Critical TechWorks, Nicolas Keutgen, Chief Innovation Officer da Schréder & criador da Schréder-Hyperion, Henrique Sanchez, Presidente do Conselho Diretivo da UVE e Luís Natal Marques, Presidente do Conselho de Administração da EMEL. Durante cerca de uma hora foram partilhadas diferentes perspetivas e medidas adotadas, e previstas, pelas respetivas organizações face à construção da mobilidade de amanhã, tendo como base comum a ideia da urgência por uma mobilidade mais verde e ecológica.

Para Massimo Senatore, Diretor Geral da BMW Portugal, os portugueses estão já a mudar os seus hábitos e as suas mentalidades, vendo a “mobilidade elétrica como uma realidade”. No entanto, considera que as infraestruturas públicas de postos de carregamento podem ser melhorados, por forma a incentivar a população a aderir aos veículos elétricos. Massimo Senatore ressalva, ainda, a importância do “alargamento dos incentivos do Estado aos clientes particulares, que estão atentos e disponíveis para esta mudança de paradigma e para a compra de veículos eletrificados.”.

O Presidente do Conselho Diretivo da UVE, defende que “para a sociedade ter um ‘mindset’ mais sustentável, é necessário haver uma maior diversificação das marcas na oferta de modelos 100% elétricos” e concorda com Senatore ao defender “um reforço da rede pública de carregamento e o alargamento dos incentivos do Estado, como aconteceu, por exemplo, na Noruega, que registou um aumento da procura graças a um conjunto de incentivos generalizados”. Além disso, Henrique Sanchez, considera que a informação é crucial para a população e para as empresas aderirem a um pensamento mais sustentável, acreditando que existe ainda algum preconceito em relação aos veículos 100% elétricos e lança, por isso, o desafio tanto às marcas como aos portugueses: “os test-drive devem ter um período mais alargado para que os consumidores possam integrar o veículo na sua rotina diária. Por outro lado, é importante que os portugueses façam efetivamente um test-drive para desmistificarem alguns preconceitos”. 

Pedro Silva dá uma nota positiva ao país, afirmando que “o mercado português está a reagir e começa a existir uma alteração de comportamentos e mentalidades, com uma maior oferta da gama de veículos 100% elétricos e uma maior penetração dos mesmos na sociedade”. O CTO da Critical TechWorks, joint-venture entre o BMW Group e a Critical Software, destaca ainda o trabalho desenvolvido em conjunto com a BMW para a criação de “um programa de fidelização, a aplicação BMW Points, que em breve irá ser lançado em Portugal”. Este novo programa, pretende analisar o “comportamento elétrico” da população, já que por cada Km percorrido em modo elétrico, o condutor ganha 1 ponto, “que depois pode usar como crédito para fazer carregamentos gratuitos nos postos, de forma a criar uma motivação adicional”, salienta.

Já Luís Natal Marques, destaca que o objetivo da EMEL “é transformar Lisboa numa smart city” e que, por isso, têm sido criadas “ações concretas nessa resposta” para os centros urbanos, nomeadamente, com “cada vez mais restrições à circulação dos automóveis e com a existência de transportes mais limpos e partilhados”. Na visão da EMEL, é também necessário fazer um apelo aos cidadãos, para serem eles os protagonistas ao desafiarem os governos a adotarem medidas concretas neste setor. Reforça ainda que as entidades podem contribuir para a mobilidade através da criação de infraestruturas concretas, dando o exemplo da entidade que preside: a EMEL “a trabalhar na sensorização de todo o eixo central da cidade de Lisboa para analisar a taxa ocupação do estacionamento, uma vez que muito do trânsito que existe é o chamado “parasita”, isto é, com os condutores à procura de lugar para estacionar o seu veículo”. Medidas que, acredita, confirmam a disponibilidade e trabalho da EMEL no sentido de “ser parte ativa da solução para que a cidade de Lisboa evolua”.

Ainda sobre as vantagens da sensorização nos centros urbanos, Nicolas Keutgen realça alguns projetos que a Schréder desenvolveu em conjunto com a BMW nesse sentido: a utilização de postos de iluminação para carregar os veículos ou a colocação de câmaras que permitem aumentar a segurança ou até medir o tempo que o veículo fica em determinado lugar do estacionamento. Projetos que, considera, podem ser uma mais-valia para o trabalho que a EMEL está a desenvolver em Lisboa. Além disso, o criador da Schréder-Hyperion destaca alguns aspetos que podem contribuir para Portugal se posicionar na vanguarda do setor: nomeadamente, por ser um país pequeno, com cidades mais pequenas, onde as políticas públicas utilizadas são mais fáceis de integrar. Salienta, ainda, que em Portugal “temos a vantagem de termos instituições públicas mais sensíveis à inovação, a base para conseguirmos planear e imaginar a cidade inteligente do futuro”, conclui Nicolas Keutgen. 

10 anos passados desde a entrada da mobilidade elétrica no país, a conclusão é unânime: Portugal tem ainda um grande caminho a percorrer, sendo essencial continuar a criar medidas que promovam esse crescimento e evolução e, sempre que possível, num esforço conjunto. Foi esse o propósito deste colóquio ao reunir representantes de instituições e entidades de setores diferentes, que já são uma parte ativa dessa vontade comum de mudança de paradigma para Portugal, e recorrendo a tecnologia e talento português.